quarta-feira, 28 de abril de 2010

LIRICAS I

LÍRICAS


O seu vestido rodado,
De mulher adolescente;
Rosa, a cor do pecado,
Subtrai a inocência...

Seu belo sapato branco,
E meias colegiais;
Bonito sorriso franco,
Ativa meus ideais.

Cabelo fino e cheio,
Narizinho bem formado;
Nunca vi nada de feio,
No seu rostinho rosado.

Seu andar bamboleante,
E a saia balançando;
Que me põe bem tonteante,
O pisar mais flutuando.

As musas que eu embalo,
E minha lira não cansa;
Proseio, canto e falo,
Coração sempre balança!

Pra louvar moça bonita,
Não me canso e anseio;
Rogo e não faço fita,
Elas ficam no enleio.

MINA, você é demais,
Mas uma diferença temos;
Tenho SÓ trinta a mais,
Bom seria se fossem menos!
Tenho tudo muito forte,
Só tenho coisa bem fraca;
De não ter a grata sorte,
Possuí-la como gata.

Mas será que seu gatão?
Já lhe deu muita ternura;
Que prometo de montão,
Amor, afeto, ventura!

Não dá mais pra esperar,
Acordo de madrugada;
Chamo você sem cessar,
Com a pele bem suada.

Fogosa, linda potranca,
Mulher real, empolgante;
Violão de bela anca,
Pêlo negro e brilhante.

Em tempo de boêmia,
Eu cantava uma canção;
Violão mais que gemia,
Do fundo do coração.

Moça ficava dolente,
E além de festejada;
Num bonito ambiente,
Era bem mais do que amada.

Seus olhos me dizem tudo,
Expressam o seu desejo;
Amar-lhe, porém, contudo,
Em seu corpo há fraquejo.

Expanda esta vontade,
Quem me dera, que me dera;
Amplexe por caridade,
Este corpo que espera!...

Acompanho-lhe na rua,
Sinto que amor cresceu;
Fico parado na sua,
Coração no apogeu...



Pra conseguir seu amor,
Sou esperto, danço samba;
Nos meus passos com ardor,
Dançarino, viro bamba!

Coisa que me desacata,
A mulher sem atenção;
É uma coisa que me mata!
Perigeu no coração!

Faça de mim a sua cama,
Durma, relaxe, descanse;
Ensinarei como ama,
Nos sonhos da boa nuance.

Sou sereno no amor,
Havendo correspondência;
Dessa forma irá transpor,
Essa, outra existência.

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