quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PÃO DURO - I

SALIM, descendente de libaneses, tinha uma pequena loja de tecidos com uma porta só e quando não tinha fregueses, ficava sentado num banquinho na porta da loja. Essa rotina ele fazia há mais de 30 anos inclusive sabados, domingos e feriados; tinha um bom dinheiro aplicado em bancos, era solteiro pois nunca achou sua cara-metade e dizia que familia dava muitas despesas...
Morava em uma casinha que herdou da familia, fazia sua propria refeição que levava para a loja para o almoço e lanches, já que jantava em casa. Suas roupas eram feitas com tecidos da propria loja por um alfaiate amigo e patricio, que lhe cobrava um preço módico para confeccionar suas vestes, sua roupa de cama e toalhas eram amostras-gratis dos vendedores dos quais ele era cliente, só pagava à vista, então apesar de pequeno comerciante, era considerado um freguêz de primeira linha. Não bebia nem fumava e raramente tomava um refrigerante, já que seu hábito era chá com torradas. Depois do trabalho, passava na padaria e comprava alguns pães para a manhã seguinte e numa banca de jornais que seu amigo jornaleiro lhe presenteava diariamente com um exemplar de qualquer edição.
Chegando em casa, só ligava a televisão e a luz da propria iluminava toda a casa, não precisando nunca acender lampadas, pois sabia onde todos os objetos estavam . Colocava a pilha no relogio de parede e pela manhã tornava a retira-la, para não gastar o dia todo.
Lendo seu jornal e vendo TV, alguem bate à porta e ele pergunta:- Quem é ????...o de fora fala:- Esmola !!!...Salim retruca:- POE DEBAIXO DA PORTA!!!...

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