sexta-feira, 16 de setembro de 2011

BERNARDO

Bernardo, seja Bem-Vindo,

Da terceira geração;

Sempre bons olhos o veja,

E com muita oração.

Nasceu bonito e forte,

Afinal um garotão;

Que a vida traga sorte,

E sempre um galardão.

Trouxe a felicidade,

E amor de todos nós;

Alegria, vaidade,

Pais, avós e bisavós.

Mas, uma pessoa,

E que nos é muito cara;

De alma muito boa,

Sua bela mamãe Sarah.

À todos, cumprimento,

E me incluo também;

No futuro, no momento,

Os Anjos digam Amém !!!

Para meu bisneto Benardo, que veio nos dar muita alegria, nascido em 16-Maio-2011, trouxe-nos mais felicidade.

Do seu bisavô

PLINIO

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O INFORTÚNIO

Monte Verde é um distrito de uma cidade de pequeno porte perto de Juiz de Fora (MG), local aprazível rodeado de pequenas propriedades, desde granjas, sítios e fazendolas, onde predomina o gado de leite e corte, como também culturas comuns como milho, feijão, arroz, hortaliças, frutas, etc.

Numa destas fazendolas, vive Sebastião Moreira Prata, conhecido popularmente como “Tiãozinho”, trabalhador rural, muito querido pela população do distrito e de seus vizinhos pois. Além de trabalhador e honesto é muito prestativo quando dele se necessita.

Tiãozinho assumiu o lugar de seu pai que trabalhou na mesma propriedade. Por ocasião do falecimento do mesmo e tempos depois também de sua mãe, e uma irmã que acabou casando e se mudando para outra cidade, ficou sozinho, morando na casinha que sua família ocupava. Fazia suas refeições na sede da fazenda, como os outros trabalhadores de lá. A ocupação dele na propriedade, era o cuidado com o gado de leite, como alimentação, medicamentos e a coleta diária do leite das vinte vacas de boa linhagem. De forma que, bem de manhã e a tarde ele fazia o trabalho com os cuidados necessários, para envio diário à Cooperativa de Monte Verde do leite coletado.

O nosso personagem era de estatura mediana, magro, porém musculoso, muito disposto para o trabalho. De tez negra, solteiro e com uns 35 anos, estudou até a quarta serie do ensino primário, portanto sabendo ler e escrever. Cristão-católico, freqüentador das missas dominicais e das festas religiosas do seu distrito. Tinha como vício o cigarrinho de palha e umas pinguinhas moderadas à tarde e nos finais de semana. Era freqüentador de bailes, quermeses, e dos famosos forrós e gafieiras semanais no distrito.

Tinha bons amigos, como o dono do melhor barzinho, da venda local, o delegado. Afinal, benquisto por todos.

Uma de suas paixões era a musica romântica e sertaneja, sempre se acercando de um rádio, auto-falante em praças ou de uma viola para ouvir, fazendo seus sonhos e devaneios, pois até então não havia encontrado sua cara-metade por mais que tentasse, simplesmente a amada “não havia pintado”. Ainda...

Pela religiosidade de seus falecidos pais e por ele também seguida, tinha um grande desejo e, porque não dizer também um grande sonho. Só que, para realizá-lo necessitava de dinheiro. Não era lá muita coisa, mas como ganhava pouco como quase todo trabalhador rural, tirando o necessário para as despesas pessoais e seus parcos divertimentos semanais, quase nada sobrava.

Esse sonho era ir numa destas excursões a Aparecida do Norte, conhecer a Basílica, beijar a fita de Nossa Senhora Aparecida, assistir a uma missa e trazer uma pequena imagem da Santa, mais umas pequenas lembranças para os amigos. Além de um outro desejo antigo que anelava: comprar um radio de pilha daqueles com dois auto-falantes e com todas as faixas de onda, mais FM, para que pudesse captar varias rádios por este Brasil afora e procurar suas musicas romântico-sertanejas.

Informou-se do valor da excursão, do que gastaria com alojamento e alimentação, do valor aproximado da imagem, presentinhos que traria, de uma foto ao lado da imagem da Santa e principalmente do tão sonhado rádio que pretendia desde mocinho. Feita as contas e com mais um pouquinho sobrando para uma eventualidade, teria que economizar perto de 12 meses para a empreitada. Assim mesmo, fazendo umas horas-extras e mais uns biquinhos com sitiantes vizinhos e amigos.

Procurou a senhora que cuidava destas excursões e se inscreveu para a próxima, dizendo à ela que todo mês traria a quantia para seu credito.

Tudo acertado, mãos à obra e muito trabalho, pois também incluiria um terno de brim, que era o mais barato, e uma botina nova também. Até suas vindas semanais no distrito ele escasseou para economizar para a Grande e Sonhada Viagem.

E realmente, Tiãozinho deu duro. Além de seu trabalho normal e cansativo, consertou cercas, ajeitou estradinhas rurais, capinou para terceiros, ajudou nas colheitas circunvizinhas. Fez de tudo um pouco e o dinheirinho foi brotando que ele levava e deixava com a senhora organizadora da excursão. Sobrava algum para umas “branquinhas” e seus bailezinhos, mas tudo medido e regrado. Com a alimentação e remédios não se preocupava, vez que o patrão disso cuidava.

Uma outra coisa que também o atormentava era a ansiedade, à medida que o tempo passava - e realmente o tempo voava - ele mais trabalhava para conseguir totalizar os recursos e foi ajudado por Deus, pois faltando pouco mais de um mês para o evento ele completou o valor. Antes pediu ao patrão a licença de três dias. E aí chegou o Grande Dia.

Com um terninho bem passado e as botinas engraxadas e aquela malinha velha de papelão prensado, (alem do terno novo de brim, dentro da mesma). A excursão estava marcada para sair à 23 horas. E duas horas antes Tiãozinho já estava de plantão à espera, fumando um cigarro atrás do outro pela ansiedade, comparado a um dia de casamento ou nascimento de um filho. Embarcaram todos e ele suava frio, até que o ônibus andou e ele foi se acalmando, conversando com um, com outro.

Apesar de ser noite, e seu assento ser na janela do ônibus, enquanto os outros dormiam, ele não perdia nada do que pudesse ver, pois nunca havia viajado e tudo era novo e para depois contar em detalhes aos amigos.

Amanheceu. Chegaram e foram levados para um café-da-manhã em um pensão já pré-agendada e também para a muda de roupa e higiene pessoal, pois logo em seguida iriam assistir a missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, receber as bênçãos e participar dos rituais.

Ao entrar na imensa e linda Basílica, seu deslumbramento foi total. O tamanho, a beleza, a altura da nave central, ele chegou ficar realmente tonto com a grandiosidade. Iniciou-se a missa e ele contrito, agradecendo a oportunidade da boa viagem, pediu pela alma de seus pais, pela sua irmã e família, pelos amigos e por si, pela saúde que sempre gozou pela vida afora, além para a melhoria de sua sorte financeira e quem sabe uma companheira bonita, amiga e amada. Comungou com muita fé, beijou a fita que para isso é colocada para os fieis e interiormente não parava de agradecer.

Dali, o ônibus foi para o centro da cidade onde ele aproveitou para tirar uma foto montada ao lado de Nossa Senhora e da Basílica. Comprou umas pequenas imagens, uns terços e mais umas pequenas e baratas novidades. Almoçaram, pois dentro de duas horas iriam fazer a viagem de volta.

Agora o segundo grande momento: o rádio!

Andou pela praça cheia de vendedores de bugingangas e aproximou-se de uma que tinha o rádio que ele queria; perguntou o preço, pechinchou, escolheu a cor e pediu ao moço que ligasse o rádio para ele ver como era e quantas pilhas seriam necessárias. O vendedor atendeu, ligou o rádio, mudou de estações, som límpido e forte, grave, agudo, com balance, etc, e os dois auto-falantes potentes, que conseguia-se ouvir o som a uns 50 metros de distancia. Acertado o preço, Tiãozinho tirou o dinheiro de um lenço que trazia enrolado e fez o pagamento. O moço, tirou do estoque um novinho na caixa, mostrou para ele e disse que aquele que ele viu era amostra e que as pilhas eram à parte, como o dinheiro estava curto ele pensou “as pilhas eu compro lá na venda do meu amigo em Monte Verde”. Embarcaram de volta e a felicidade dele era visível no brilho dos olhos e na alegria ao conversar. Veio com o rádio no colo, para evitar qualquer tipo de acidente.

Enfim chegaram à Monte Verde e como era noite, ele se apressou a ir para a fazendola, pois no outro dia tinha que recomeçar seu trabalho, deixando então as pilhas e o funcionamento do rádio para o próximo sábado, quando iria se deliciar com as musicas e exibi-los aos amigos, além de distribuir as lembranças que trouxe de Aparecida do Norte. Sonho Realizado?

No sábado, tomou seu banho e foi para o distrito, que distava mais ou menos uma légua. Chegou e foi direto na venda de seu amigo e adquiriu as pilhas para o rádio, colocou-as e ligou “o bicho” e nada! Mexe no dial para lá e para cá e nada. O radio só chiava, pediu ao amigo que o ajudasse, mudaram para as ondas curtas, medias, longas, FM e nada. Só chiava. Fizeram tudo ... e nada. Chegaram amigos e curiosos, tentaram e nada. Só chiava. Trocaram por outras pilhas. Nada. Sugeriram então que ele levasse a uma pessoa do distrito que era um “faz-tudo”, um quebra-galho nessas coisas. Mas naquele dia a pessoa estava ausente e só retornaria na próxima semana. Deixou então rádio com o seu amigo da venda para que ele o levasse para o conserto tão logo o técnico chegasse e no próximo sábado estaria de volta.

Uma semana a mais de ansiedade e pensamentos negativos. Será que o cara me enrolou? E eu não vou voltar lá tão cedo e também não tem nota. “Fui enrolado direitinho”, pensava.

Chegou o sábado e lá estava ele no distrito atrás só técnico que lhe deu a noticia:

- Olha, desmontei, olhei tudo e não achei nenhum defeito, só que não consegui faze-lo funcionar. Vá tentando, mudando de canal, estações quem sabe uma hora ele resolve ou você manda a um técnico em Juiz de Fora, pois lá eles tem aparelhagem para testes que eu não tenho. Tanto que não vou te cobrar nada!

E assim foi, ele tentava a noite, nos fins de semana, vinha para o distrito e pela estrada afora ida e vinda, tentando... tentando...e nada !

Após uns dois meses de tentativas frustradas, já voltando para casa e com a cabeça cheia de uns goles a mais, pensou: se até na ponte do ribeirão, essa coisa não funcionar, eu juro, eu juro, que jogo dentro d’água. Ah! se jogo!

Quando chegou na ponte do ribeirão, ele parou, tentou mais umas vinte vezes e o rádio só chiava, Tiãozinho levou as duas mãos para traz, tomou impulso e jogou o “maldito” para cima e quando ele estava quase no apogeu para começar a descer e cair dentro d’água ele soltou um som:

PRK7 - RÁDIO INDUSTRIAL DE JUIZ DE FORA, apresenta ...............

Plínio Coutinho Linhares

Setembro/2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MIRIAM CHRISTIANI BAUAB






CATANDUVA, o seu berço,
Cresceu e ambientou;
Teve lá todo começo,
Com quem ama e amou.

E com seus queridos pais,
E os manos mui amados;
Teve sempre um seguro cais,
Por seus mares navegados.

Tornou-se linda morena,
Tonteando a moçada;
Disputando a pequena,
Em festa e na balada...

Deles,ão tiro razão,
Que sorriso ela tem !!!...
Machuca o coração,
Deles, e o meu também...

Casou-se e foi feliz,
Até o quanto durou;
Mas JESUS, assim não quis,
E seu amado levou...



Mas recebeu dois presentes,
Que ELE lhe regalou;
Seus dois filhos, os seus Entes,
Sempre deles orgulhou...

E trabalha duramente,
Para vida sustentar;
Sempre e honestamente,
Para todos, exemplar !!!

Môça bonita, charmosa,
Delicada, com carisma;
Muito rara e formosa,
Honesta e sem sofisma.




Uma homenagem a uma linda e valorosa mulher.

Juiz de Fora, 26 de Agosto de 2010



Degas_dc

quarta-feira, 28 de abril de 2010

TROVAMANDO V - HELENA

A HELENA
(minha musa inspiradora)


As forças da natureza,
Venham todas em amparo;
Que haja maior riqueza,
Para musa que preparo.

Que ela tenha as virtudes,
De um anjo divinal;
E venha com atitudes,
De uma dama bem formal.


Desejo que seja linda,
Num corpo escultural;
Espírito na berlinda,
Rainha universal.

Veja o bem nos irmãos,
Ampare o deserdado;
Estenda sempre as mãos,
A alguém desamparado.

Que sorria e mais encante,
O adulto e a criança;
Doando, sempre avante,
A paz e a esperança.

E com um simples olhar,
Faça o doente são;
O aflito acalmar,
Ao acenar de sua mão!

Precisa o trovador,
Receber a sua parcela;
Deste anjo salvador,
Do bem e paz, que ele sela.

Presentes eu lhe darei,
E todo dia bela rosa;
Amor, afeto, farei,
Pra ficar rindo e prosa.

Pra ela, como fiz outrora,
E deixando-a bem grata;
Na noite, em qualquer hora,
Farei linda serenata.

Passou bela, flutuante,
Fui, perguntei-lhe o nome;
E com voz estonteante,
Disse só o seu prenome: -

- HELENA, a sua criada,
Vejo que é bom rapaz;
Só serei a sua amada,
Se a trova for capaz!



Andar firme, bem andante,
Olhar doce e suave;
Fala macia, bem galante,
Linda, soberana ave.

HELENA, musa perfeita,
Ornamento, belo brinco;
Deusa mor de gala seita,
És, no TROVAMANDO CINCO...

Por seu passado seguro,
Pelo presente bem são;
Para um feliz futuro,
HELENA, quero sua mão!

Lavarei seus pés com flores,
Ao recebe-la por minha;
Demonstrando meus amores,
Mesmo quando não a tinha.

Pra poder lhe merecer,
Erradicarei defeitos;
Farei puro o meu ser,
E verás cantar meus feitos...

Cercar-lhe-ei de afetos,
Como mar cerca a terra;
Tal qual avós aos netos,
Como neblina na serra.

Amparo eu lhe darei,
E amor compreendido;
O afeto que farei,
Há de ser correspondido.

Haverá companheirismo,
E um trato fraternal;
Dose de cavalheirismo,
União no ideal.

Dois corpos a caminhar,
E as almas siamesas;
Impossível separar,
Nem com doutas sutilezas.



DON QUIXOTE DE LA MANCHA,
Eu, a derribar moinhos;
Terei a grata ensancha,
De mostrar os meus carinhos.

Eu, andante cavaleiro,
Montado no RONCINANTE;
Para ser-lhe prazenteiro,
E tornar apaixonante.

És estrela que me guia,
De luz deveras brilhante;
Clara noite, como dia,
Você é o meu calmante...

Meu amor, por que mantém?
Seu querer adormecido;
O meu ser só se sustem,
Com seu beijo aquecido.

Que coisa linda o beijo!
Exalta todo meu ser;
Põe cérebro em lampejo,
Dá vontade de viver...

Aquele abraço doce,
Que você me deu um dia;
Não esqueço nem que fosse,
O rei momo da folia!...

Seu arfar, no meu ouvido,
Nele, seu beijo ardente;
Ao chamar-me de querido,
Diz verdade, ou me mente?

No dia em que me levou,
Provar sua intimidade;
A minh’alma se lançou,
No orgasmo da verdade.

Você me deu o maná,
Que dado ao prometido;
E ainda o fará,
Com amor arremetido.



Seu afago, carinhoso,
O olhar mais dardejante;
Meu querer fica formoso,
O meu ser eletrizante!

Dançando, rostos colados,
E corpos em conjunção;
Ficam cupidos corados,
E anjos em aflição...

Você me põe no espaço,
Naquele, o sideral;
Sempre ledo no regaço,
Do seu bom manancial.

Me ame, minha querida,
Deixe-me amar também;
Extinga minha ferida,
Meu amor, meu forte bem!

O céu, dar-lhe-ei em verso,
Pois na prosa, se esvai;
Mas o grande universo,
Pra lhe dar, só nosso PAI!

Fundo extrato d’amor,
Perfumarei meu querer;
Far-lhe-ei do meu fulgor,
Como o amanhecer.

Para seu luxo, a teia,
Tecerei com fios d’ouro;
De amor, será a ceia,
Imortal e porvindouro.

Adorná-la e vestir-lhe,
Faze-la mais preciosa;
Do mar, pérolas roubar-lhe,
Do jardim, mais bela rosa...

Vamos, na realidade,
HELENA, meu bem querer;
Dar-lhe-ei a faculdade,
Em mia fala escolher.



Quero fazer, como dantes,
Amar-lhe na velha forma;
Sermos os finos amantes,
Na melhor, perfeita norma.

Prazeirar a natureza,
Atirar pedras no lago;
Sentir a lua benfazeja,
E acreditar em mago...

Em todas as coisas belas,
Igualá-las à você;
E a mais bonita delas,
Nunca há lhe merecer!

Agrupar as nossas almas,
Na mais doce lua de mel;
Pairar sobre nuvens calmas,
Sob bênçãos de lindo céu.

Vindo fundo sentimento,
Com amor forte, seguro;
Dar-lhe-ei enlaçamento,
De agora ao futuro...

Qualidade de amor,
Terá nosso matrimônio;
Afeto e esplendor,
Será o nosso binômio.

Ajuda lhe prestarei,
E você me cuidará;
Bom amor receberei,
Mais ternura hei de dar.

O amor é como luz,
E nas trevas ilumina;
Fortalece e seduz,
A sua saga, contamina.

Os casais indiferentes,
Ao verem nosso exemplo;
Tornar-se-ão firmes crentes,
E virão ao nosso templo.



Que bom, é o bem viver,
Que maldade, é discórdia;
Ore muito pra não ter,
Que pedir misericórdia.

Para viver desta forma,
E Ter essa harmonia;
Há de se seguir a norma: -
Só com DEUS, em sintonia!

No jantar a luz de velas,
Com a paz dos querubins;
Comporei trovas mais belas,
Na lira, dos serafins.

Suave música de fundo,
Aflorando sentimento;
Dar-lhe-ei do mais fecundo,
Amor e desprendimento.

O casamento perfeito,
Há de ter a BOA discórdia;
Pois, de rosas, não há leito,
Nem a forçada concórdia.

Ter bom senso de ouvir,
Mais a arte de calar;
Para tudo discernir,
E a vida aclamar.

A fala mansa, macia,
O cenho descontraído;
Forma a paz e sacia,
De bênçãos, um lar caído.

Um casal prenhe de paz,
Faz do lar, foco de luz;
Qualquer treva se desfaz,
Pois ali, está JESUS!

O amor não tem espécie,
É amor sem discussão;
É natural de sua messe,
E não tem comparação.



Não existe confusão,
Há de ter contentamento;
Sem amor, é ilusão,
O perfeito casamento.

A relação em conflito,
Só bem querer modifica;
Faz bendito o maldito,
E amor solidifica!

Quer viver fatal inferno?
É em casa atritar;
Ampare e seja terno,
Chegue até lisonjear.

Casamento com problema,
Já são muitos o da vida;
Só o amor como lema,
Há de faze-la querida!

Se no lar houver disputa,
E só uma eu admito: -
De amor e de labuta,
Pois a paz não é um mito.

Com uma linda atafona,
Lavarei seus pés com flores;
Bem, que a fada abona,
Prometendo meus amores...

Enxugar com alvo linho,
Com sândalo perfumado;
Que fará do nosso ninho,
Aposento consagrado.

Enfim, ó bela HELENA,
Você é minha gracinha;
É a mais linda pequena,
Entre moças da pracinha.

Com HELENA, há certeza,
De perene bem viver;
A sua alma de beleza,
Seu eterno bem querer.



Você é o douro trigo,
Saciando minha fome;
É caminho que eu sigo,
HELENA, sublime nome.

Bela de TRÓIA, viesse,
Mia HELENA, visitar;
A sua beleza fenece,
Se a minha comparar!

Adjetivo gentílico,
HELENA, igual à grego;
Povo culto e idílico,
Pelo amor têm apego.

HELENA, larga estrada,
Caminhou a minha vida;
Dessedenta na parada,
É a água mais querida.

Com um sexo respeitoso,
Sempre, sempre sublimado;
No sagaz harmonioso,
Do OLIMPO, consagrado.

E será sempre assim,
Pois és deusa que encanta;
Muito mais que um jasmim,
Minha musa, minha mantra!

Eu tivesse um harém,
Amaria a todas elas;
Somente você porém,
É a bela, das mais belas!...

Sonho em ser um sultão,
Dono de gema formosa;
Todos reis invejarão,
Você, pedra preciosa!

A fausta tiara rica,
Que orna cabeça nobre;
Em vossa mercê, que fica,
Para quem o sino dobre.



E como agradecer,
Inspiração de HELENA;
Me fez mais enternecer,
Com sua beleza serena.

Despeço emocionado,
Minha musa, minha luz;
Sou o seu apaixonado,
Com auspícios de JESUS!

ANA PAULA, também AMANDA,
VALQUIRIA, linda pequena;
MARIA, a mais veneranda,
A Quinta, bela HELENA...

Digo sempre o que sinto,
E inspiro em SUAS, leis;
Para terminar o CINCO,
E a começar o SEIS.



O trovador sempre faz,
Consigo auto-ajuda;
Deseja ao LEITOR – PAZ!
Mais amor, que tudo muda.

Ao meu querido LEITOR,
Sou grato em profusão;
Minhas trovas de amor,
Em você, INSPIRAÇÃO!...
CANTIGAS DE RODA

Só, sozinho e mais só,
No mundo a navegar;
Será que no TORORÓ,
Seu amor há de chegar?

Água que quero beber,
Sei que só bem acharei;
A sua FONTE há de ter,
Seu amor eu amarei...

Dizei, SENHORA VIÚVA,
Com quem quereis se casar?
Comigo que sou sua luva,
Ou quem não lhe felizar!

Você, feliz TEREZINHA,
A pura, a de JESUS;
Meu chapéu, ó queridinha,
Há de lhe fazer o jús...

Vai pião, RODA PIÃO,
O encanto do menino;
Dorme na corda, na mão,
Da criança tira tino...

A sua RUA, eu calçaria,
Com pedras de DIAMANTE;
Mesmo morto, pensaria,
Ser amor e bom amante!

A CIRANDA CIRANDINHA,
Que nos faz o cirandar;
A linda moça-mocinha,
É sonho de se sonhar...

O CRAVO, brigou com a ROSA,
Debaixo de uma sacada;
E não foi a bela prosa,
Que lhe fez a desmaiada!

Eu sou pobre, DIMARÉ,
Dimaré, também sou rico;
No intento tenho fé,
É com seu amor que fico...

O AMOR que tu me destes,
Era VIDRO e se quebrou;
O seu querer, me dissestes,
Era pouco e acabou!...
OS MESES DO ANO


Ó JANEIRO, meus Janeiros...
O alfa do calendário;
És formoso, são primeiros,
Belos dias do anuário.

E o mês de FEVEREIRO,
Pequeno, mas sem igual;
Alegria do brasileiro,
Porque tem o carnaval.

Mês de MARÇO, o das chuvas,
Que principia o outono;
O céu com as nuvens turvas,
Na fruta forma o gomo.

Em seqüência o ABRIL,
No fundo um mês que dói;
Pois perdeu nosso Brasil,
TIRADENTES, seu herói.

MAIO, de NOSSA SENHORA,
Que nos dê a vossa paz;
E os males fiquem fora,
Com a benção que nos traz.

O JUNHO, alvissareiro,
O mês das moças-meninas;
Tem folguêdo e fogueiro,
E lindas festas juninas.

Mês das férias é o JULHO,
De passeios e descanso;
Povo leva no embrulho,
Êta! Ó brasileiro manso...

Terrível mês de AGOSTO,
Para mim, um mês bonito;
Alcunhado de desgosto,
É verdade, ou só mito?

SETEMBRO, da primavera,
Ou da primeira verdade;
Faz bem, a florida terra,
Inspira fraternidade.

OUTUBRO, do trovador,
Festejado dia primeiro;
Nasceu cantando amor,
Lindo, lindo e faceiro.

De recato e respeito,
O NOVEMBRO, traz minados;
Nosso coração no peito,
Pelo tal dia de finados!

E o ômega, DEZEMBRO,
Um mês, mais do que bonito;
Tem belo dia que me lembro,
O nascer do MEIGO CRISTO!

LIRICAS I

LÍRICAS


O seu vestido rodado,
De mulher adolescente;
Rosa, a cor do pecado,
Subtrai a inocência...

Seu belo sapato branco,
E meias colegiais;
Bonito sorriso franco,
Ativa meus ideais.

Cabelo fino e cheio,
Narizinho bem formado;
Nunca vi nada de feio,
No seu rostinho rosado.

Seu andar bamboleante,
E a saia balançando;
Que me põe bem tonteante,
O pisar mais flutuando.

As musas que eu embalo,
E minha lira não cansa;
Proseio, canto e falo,
Coração sempre balança!

Pra louvar moça bonita,
Não me canso e anseio;
Rogo e não faço fita,
Elas ficam no enleio.

MINA, você é demais,
Mas uma diferença temos;
Tenho SÓ trinta a mais,
Bom seria se fossem menos!
Tenho tudo muito forte,
Só tenho coisa bem fraca;
De não ter a grata sorte,
Possuí-la como gata.

Mas será que seu gatão?
Já lhe deu muita ternura;
Que prometo de montão,
Amor, afeto, ventura!

Não dá mais pra esperar,
Acordo de madrugada;
Chamo você sem cessar,
Com a pele bem suada.

Fogosa, linda potranca,
Mulher real, empolgante;
Violão de bela anca,
Pêlo negro e brilhante.

Em tempo de boêmia,
Eu cantava uma canção;
Violão mais que gemia,
Do fundo do coração.

Moça ficava dolente,
E além de festejada;
Num bonito ambiente,
Era bem mais do que amada.

Seus olhos me dizem tudo,
Expressam o seu desejo;
Amar-lhe, porém, contudo,
Em seu corpo há fraquejo.

Expanda esta vontade,
Quem me dera, que me dera;
Amplexe por caridade,
Este corpo que espera!...

Acompanho-lhe na rua,
Sinto que amor cresceu;
Fico parado na sua,
Coração no apogeu...



Pra conseguir seu amor,
Sou esperto, danço samba;
Nos meus passos com ardor,
Dançarino, viro bamba!

Coisa que me desacata,
A mulher sem atenção;
É uma coisa que me mata!
Perigeu no coração!

Faça de mim a sua cama,
Durma, relaxe, descanse;
Ensinarei como ama,
Nos sonhos da boa nuance.

Sou sereno no amor,
Havendo correspondência;
Dessa forma irá transpor,
Essa, outra existência.